A acessibilidade, felizmente, é um assunto cada vez mais importante para o desenvolvimento de projetos digitais. Mas o que torna um conteúdo acessível?
Falamos em conteúdo acessível quando incorporamos os princípios de acessibilidade ao projeto, seguindo os padrões internacionais de qualidade e uso.
Além de colocar em pauta o conteúdo acessível para todas as pessoas, falar em acessibilidade também é mostrar como o seu projeto digital pode se destacar ao investir nisso.
Descubra a importância do conteúdo acessível e como desenvolver um projeto digital nos parâmetros internacionais de acessibilidade. Continue a leitura!
O desafio de se manter acessível
A acessibilidade deve ser uma responsabilidade de qualquer empresa que queira desenvolver um projeto digital — seja um site, aplicativo ou outros.
Investir em um conteúdo acessível é garantir que mais pessoas possam acessar o seu conteúdo na íntegra, com uma boa experiência e sem perder nenhum recurso no processo.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, 17,3 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência. Pensar em acessibilidade digital é incluir as mais diversas formas de deficiência: intelectual, motora, neurotípica, visual ou de audição.
A acessibilidade é um princípio de empatia, mas não deixa de ser vantajosa para a sua empresa por isso. Muito pelo contrário!
Empresas que investem em acessibilidade são bem-vistas por seus clientes e usuários, alcançam maior tráfego e se destacam entre a concorrência, já que a acessibilidade está intrinsecamente ligada ao UX/UI e SEO.
Cada vez mais a tecnologia avança em novos recursos e a acessibilidade acompanha esse progresso. Por isso, o seu projeto digital precisa ser pensado para ter um conteúdo acessível.
Cartilha de acessibilidade na Web
A Cartilha de Acessibilidade na Web é um dos documentos de boas práticas para o desenvolvimento de conteúdo acessível.
Esse documento é composto em parceria pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, W3C (World Wide Web Consortium), nic.br, cgi.br e o CAO de Direitos Humanos.
Entre os seus princípios, todo projeto digital deve ser:
- Discernível: facilitando a audição e a visualização de conteúdo às pessoas usuárias;
- Fornecer maneiras de ajudar as pessoas usuárias a navegar, localizar conteúdos e determinar onde se encontram;
- Tempo Suficiente: fornecer às pessoas usuárias tempo suficiente para ler e utilizar o conteúdo;
- Acessível por Teclado: toda funcionalidade deve ser disponível a partir de um teclado.
Esse é o parâmetro brasileiro de normas para acessibilidade. Além dele, também podemos nos basear nos conceitos internacionais, que acompanham tendências e necessidades ao nível global.
Princípios globais de acessibilidade
Entre os princípios globais, temos cinco requisitos básicos para todo projeto digital ser considerado acessível.
- 1º Princípio – experiência comparável: diferentes formas de acessar o conteúdo sem se perder a mensagem principal. Não são alternativas, mas a experiência equivalente em outra forma (como o voice over e alt-text);
- 2º Princípio – controle: a pessoa usuária deve ter controle sobre a página, incluindo animações, tamanho de fonte e zoom em imagens;
- 3º Princípio – escolha: ofereça diferentes opções de exibição para um mesmo item (tabela, ou gráfico, ou lista etc.);
- 4º Princípio – situação: considere situações diversas para o consumo do conteúdo (mobile, desktop etc., além de locais internos ou externos);
- 5º Princípio – conteúdo: utilize recursos para priorizar informações que são mais importantes, com destaques visuais, tags com Call To Action etc.
Todos esses recursos são essenciais para que pessoas, entre as mais diversas situações e deficiências, possam consumir um mesmo conteúdo sem qualquer prejuízo ou dificuldade técnica.
Os níveis de conformidades
Assim como a cartilha, o W3C possui uma grande base de boas práticas para acessibilidade no desenvolvimento web, a Web Content Accessibility Guidelines (WCAG), traduzida para diferentes idiomas e com atualizações constantes.
Atualmente, para que uma página web esteja em conformidade com as WCAG 2.1, todos os seguintes requisitos de conformidade devem ser cumpridos, de acordo com seus níveis:
- Para conformidade de Nível A (o nível mínimo de conformidade), a página web satisfaz todos os Critérios de Sucesso de Nível A, ou é fornecida uma versão alternativa em conformidade;
- Para conformidade de Nível AA, a página web satisfaz todos os Critérios de Sucesso de Nível A e Nível AA, ou é fornecida uma versão alternativa em conformidade de Nível AA;
- Para conformidade de Nível AAA, a página web satisfaz todos os Critérios de Sucesso de Nível A, Nível AA e Nível AAA, ou é fornecida uma versão alternativa em conformidade de Nível AAA.
Vantagens de criar conteúdo acessível
Com tantas regras e soluções para produzir um conteúdo acessível, você também deve conhecer quais são as vantagens para as empresas que investem em acessibilidade para seus projetos digitais:
- Melhora o ranqueamento do site: os mecanismos de busca veem com bons olhos os sites que oferecem recursos de acessibilidade, destacando o conteúdo em comparação com a concorrência;
- Respeito às pessoas: as pessoas usuárias que utilizam o site se sentem respeitadas, criando uma imagem positiva sobre a empresa;
- Aumento de tráfego: se o conteúdo acessível é destacado entre a concorrência, o aumento de tráfego também será perceptível. Além disso, a acessibilidade amplia o público que pode desfrutar do site;
- Experiência do usuário: a acessibilidade é um dos pilares da experiência do usuário, tornando, então, a experiência mais agradável para pessoas com e sem deficiências.
Formas de inserir conteúdo acessível ao seu site
Alguns recursos do desenvolvimento do projeto e da criação de conteúdo digital são cruciais para uma boa experiência da pessoa usuária, baseado em acessibilidade.
Entre eles, os principais são:
Alt-text e alt-tag
Pessoas com deficiência visual costumam utilizar leitores de telas para identificar não somente os textos, mas também recursos visuais.
Por isso é importante que todas as imagens do site tenham a descrição do que está representado ali. Cite de forma objetiva os itens principais (há pessoas na imagem? Como elas são? O que estão fazendo?).
Evite incluir somente a palavra-chave do conteúdo, mas sim ela em contexto com a descrição.
Legenda de fotos
As legendas de fotos também auxiliam pessoas a entenderem o que está retratado em uma imagem. Porém, nesse caso o recurso atende não somente pessoas com deficiência visual.
Em algumas deficiências intelectuais e pessoas neuroatípicas podem ter dificuldades ao compreender o que a imagem quer transmitir. Nesse caso, uma imagem não vale mais que mil palavras e a legenda é necessária.
Legibilidade de texto
Entre as diferentes deficiências visuais, a baixa visão é uma das mais comuns. Por isso, ofereça recursos de aumento da fonte para melhor compreensão do que está escrito.
Prefira também fontes com melhor legibilidade e controles de alto contraste na tela.
Hiperlinks
Mais uma vez precisamos falar dos leitores de telas para pessoas com deficiência visual.
No caso de hiperlinks, evite utilizar “clique aqui”, como exemplo para hiperlink. Ao realizar a leitura da tela, o software fará uma lista com todos os links da página. Um link chamado “clique aqui” não informa sobre o que se trata o link anexado.
Prefira adicionar o link diretamente no nome da página de destino, ou utilizar CTAs para isso.
Cuidados na escrita
A escrita deve ser um dos recursos de maior acessibilidade para as pessoas usuárias. E isso vale não só para pessoas com deficiência intelectual, mas também para pessoas de baixa escolaridade.
Evite frases com duplo sentido, ironias e palavras pouco conhecidas do vocabulário popular. A sua mensagem deve ser clara e direta, sem margens para mal-entendidos.
Infográficos
Os infográficos são recursos extremamente úteis para conteúdos acessíveis. Isso porque o uso de elementos visuais junto ao texto reforça a mensagem e a torna compreensível por diferentes pessoas.
Como deixar o seu site acessível com a Studio Visual
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