Uma pesquisa realizada pela Cushman & Wakefield, apontou — em julho de 2020 — que 73,8% das empresas multinacionais que funcionam no Brasil pretendem adotar o regime de home office de forma definitiva. Entre as vantagens, o levantamento sinalizou, como o principal atrativo, a diminuição de gastos com aluguel e manutenção dos espaços. No entanto, o motivo para esse tipo de adaptação nem sempre precisa ser apenas financeiro.
A Studio Visual, que trabalha há 19 anos no mercado de soluções digitais, passou por grandes transformações no último semestre. Sediada em São Paulo, a empresa contava com quatro espaços em um prédio comercial no bairro do Tatuapé. Com mais de 30 funcionários — entre as equipes de desenvolvimento, design e marketing — os espaços de convivência e trabalho eram frequentados diariamente. No entanto, com a necessidade do distanciamento social, essa rotina precisou ser adaptada.
Ao adotar o home office como prática primária durante o período mais rígido de isolamento, os gestores e profissionais foram obrigados a lidar de formas diferentes com tarefas, informações e, principalmente, com a manutenção da qualidade do trabalho.
De acordo com Diogo Fukunaga de Carvalho, gestor técnico e financeiro da Studio Visual, o comprometimento com as entregas foi o principal motivo para que o trabalho continuasse atendendo as expectativas que já existiam antes da pandemia.
“Em poucos minutos decidimos que a partir do dia seguinte o trabalho seria home office e nada mudou. Isso foi incrível para nós. A entrega continuou a mesma, os prazos mantidos. Acho que por conta do time entender a importância desse compromisso com o cliente, com o atendimento.”, contou o gestor.
Novos cenários
A oportunidade de escolher entre períodos presenciais intercalados com home office já era tendência na Europa antes mesmo da pandemia. De acordo com a Bitkom, associação digital alemã, 30% das empresas na Alemanha, em 2016, já ofereciam regime total ou parcial de home office para diversos profissionais.
Hoje, com a diminuição consciente do isolamento social no Brasil, a Studio Visual experimenta um novo momento na sua história de quase duas décadas. Com apenas um espaço, menos mesas, limpezas diárias e uma área ventilada de convivência — que havia sido reformada no período anterior à pandemia — a flexibilidade passou a ser ainda mais importante.
Sem a obrigatoriedade da frequência diária dos funcionários, o atual núcleo da empresa passou a oferecer uma oportunidade segura para aqueles que desejam trabalhar fora de casa em algum período da semana e, de acordo com os gestores da Studio Visual, esse sistema deve continuar mesmo depois do fim da pandemia.
Sem fronteiras
A possibilidade de flexibilizar a presença dos funcionários, também proporcionou uma nova experiência para a Studio Visual: a contratação de pessoas que não moram em São Paulo. Apesar de vivências anteriores com profissionais de outros estados que trabalhavam em projetos determinados, essa realidade parece ainda mais promissora. É o caso da redatora Joyce Vieira, que mora na cidade de Contagem, em Minas Gerais, e foi contratada pela Studio Visual durante a pandemia.
“Eu nunca tinha trabalhado de forma remota, sempre presencial. Foi uma experiência nova para mim, mas a organização das tarefas na Studio e as plataformas de comunicação da empresa facilitaram esse processo de adaptação.”, contou Joyce.
A manutenção da consonância do trabalho foi uma obrigação não apenas dos gestores, como também das equipes, que criaram seus próprios processos de comunicação. Entre os sistemas estabelecidos, destacam-se os meet ups semanais propostos pelo time de desenvolvedores. Nestas reuniões online, os especialistas da empresa apresentam informações e discutem novidades do universo do desenvolvimento web, design e SEO.
“O fato de não precisar trabalhar presencialmente ao fim da pandemia, para mim, é uma vantagem. Muitos tiveram que se adaptar ao home office e, provavelmente, vão sofrer para voltar quando as coisas melhorarem. Manter a organização do jeito que fazemos na Studio Visual vai evitar esse tipo de problema”, completou Joyce Vieira.