A Meta, dona do WhatsApp, Facebook e Instagram, anunciou algumas grandes mudanças na sua gestão, tanto na quantidade de escritórios em funcionamento, quanto no seu quadro de funcionários.
Com os recentes acontecimentos, especialistas do mercado de tecnologia estão analisando o cenário para entender o futuro da Meta e de outras empresas.
Atualmente, a Meta conta com dois escritórios em São Paulo — o seu primeiro e principal escritório na Infinity Tower, onde opera desde 2012, e com escritórios compartilhados no edifício B32, em funcionamento há menos de um ano.
Com o fechamento do seu escritório principal, a Meta deixa o Infinity Tower, no bairro do Itaim Bibi, espaço que abriga escritórios de outras grandes empresas, como Apple, Credit Suisse, Goldman Sachs e Bloomberg.
A empresa ficará apenas com os escritórios localizados na B32, edifício da Avenida Faria Lima, também no bairro do Itaim.
Facebook vai fechar principal escritório no Brasil https://t.co/tsI8FRPuC2 #finanças #dinheiro
— Yahoo Brasil (@YahooBr) November 9, 2022
Segundo fontes da Meta, o fechamento do escritório da Infinity Tower não tem relação direta com o recente layoff, sendo parte de uma estratégia de “compartilhamento de mesas de trabalho, permitindo que as pessoas tenham mais flexibilidade, ao mesmo tempo, em que revigoramos nosso ambiente de trabalho. E para manter uma utilização eficiente dos espaços, desde outubro também estamos otimizando a ocupação de nossos escritórios em alguns locais, incluindo São Paulo”.
Recentemente, a holding dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou a demissão de 11 mil funcionários, cerca de 13% da sua equipe.
Por que a Meta vai fechar seu escritório principal?
O anúncio do fechamento do escritório foi feito algumas semanas antes da demissão em massa da Meta, mas não deixa de ser uma medida de reestruturação da empresa.
Entretanto, a empresa nega que esse procedimento, que também está sendo realizado em outros países, tenha relação com cortes de gastos.
Em uma nota enviada ao Estadão, a Meta afirmou que “os últimos anos trouxeram novas possibilidades em torno do papel dos escritórios. Dentro do nosso compromisso com uma experiência de força de trabalho distribuída, reconhecemos que temos novos tipos de perfis de trabalho, incluindo remoto, híbrido e com presença no escritório durante toda a semana“.
Com esse anúncio e o layoff de 11 mil colaboradores, a Meta teve sua reputação digital, e também no mercado, afetada.
Em diversas redes sociais, como o LinkedIn e Twitter, e também no Google Trends, é possível encontrar pessoas interessadas em entender o que aconteceu para o layoff da Meta e de outras empresas acontecerem em simultâneo.
Reflexo nas ações e no Metaverso
Segundo a Reuters, a Meta já perdeu mais de dois terços do valor de suas ações no mercado.
Antes mesmo dos acontecimentos recentes, muitos especialistas já alertavam sobre a queda do interesse sobre o Metaverso, a última aposta de Mark Zuckerberg para inovar o mercado tecnológico.
Com isso, surgiu também a primeira notícia de demissões na empresa, que na época demitiu cerca de 2 mil funcionários.
Outro fator importante para os cortes de custos da Meta está na queda do seu faturamento no último trimestre, resultado da queda de demanda por publicidade e público ativo nos sites gerenciados pela empresa.
O seu primeiro declínio trimestral de receita foi notado durante o trimestre de junho, com um lucro líquido de quase US$ 4,4 bilhões — menos da metade do valor referente ao período homólogo e abaixo das projeções dos analistas.
A empresa também notou uma queda entre os seus usuários na mesma época. A Meta informou ter 2,96 bilhões de usuários ativos mensais no Facebook no final do trimestre, um aumento de 2% ano a ano. O valor está abaixo da taxa de crescimento de 6% registrada no mesmo período do ano passado (2021).
Já em seus outros aplicativos, o Instagram mantém mais de 2 bilhões de usuários ativos mensais, enquanto o WhatsApp tem mais de 2 bilhões de usuários ativos diários.
Em reflexo a isso, a Altimeter Capital, uma das principais acionistas da Meta, emitiu, no final de outubro, uma carta aberta pedindo à empresa que reduzisse suas despesas de pessoal em pelo menos 20% e suas despesas de capital anuais em ao menos US$ 5 bilhões, e limitasse seu investimento no Metaverso a não mais de US$ 5 bilhões por ano.
O primeiro layoff do Facebook em 18 anos
David Wehner, CFO da Meta, disse em comunicado que a empresa está “fazendo mudanças significativas em todos os setores para operar com mais eficiência”.
A Meta espera que o número de funcionários no final de 2023 esteja aproximadamente em linha ou um pouco menor do que os 87.314 reportados no final de setembro (um aumento de 28% em relação ao ano anterior).
“Estamos mantendo algumas equipes em termos de número de funcionários, diminuindo outras e investindo o crescimento do número de funcionários apenas em nossas maiores prioridades”, complementou Wehner.
Já na última semana, a empresa emitiu um comunicado sobre a sua demissão em massa, em que 54% dos 11 mil funcionários demitidos é referente a cargos de tecnologia.
Em entrevista dada à Reuters, executivos da Meta afirmaram que notificaram seus colaboradores sobre a decisão de desistir dos negócios de tela inteligente (smart displays), da subsidiária Portal, e anunciou que vai reduzir gradativamente o trabalho no segmento de relógios inteligentes.
Além das baixas nos setores de tecnologia, equipe de recrutamento da Meta foi cortada pela metade, afirmaram os executivos.
O esperado é que a empresa faça novos cortes e não contrate novos funcionários durante os próximos meses.
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